Serviço

Exposição AUTOCHOQUE – Um Ensaio Sobre Impactos Local: Usina do Gasômetro Endereço: Av. Presidente João Goulart, 551 – Porto Alegre - RS Abertura: 6 de maio, 19h Período de visitação: de 7 a 31 de maio de 2010, terças a domingos das 14h às 21h, com entrada franca »

NO LUGAR CERTO|NO MOMENTO EXATO

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Um Musical Sobre Acidentes

29 abril 2010 0 comentários


A Liberdade, a Justiça, a Democracia? Não. Laura Cattani em Autochoque. Foto: sempre Safi.


Ao final desta temporada de Autochoque, torna-se explícita a força paradoxal que constrói este espetáculo, autodefinido como uma trilha sonora para acidentes (“acidente” aqui deve ser entendido no seu espectro mais amplo. Isto é, o que é casual, fortuito, imprevisto). Ele se estrutura através de forças contrárias e em um certo gosto pelas improbabilidades, sobre este curioso mundo em que casualmente vivemos (e que é assim construído em decorrência da produção serial de Henry Ford - tecnologia importada das armas Colt), sobre perdas, mas também sobre o fato de que qualquer comportamento humano, isolado de seu contexto, torna-se esquisito e engraçado. A total ausência de uma mensagem clara e verdades a serem compartilhadas torna Autochoque assustador, banal, angustiante, engraçado e político (uma política estética é diferente de uma institucional, é antes uma concepção de mundo compartilhada). Reconhecemos que um musical sobre acidentes em que o foco está em uma certa beleza mecânica da energia cinética de um carro destruído, sobre a sofisticação de nosso corpo assimilando os impactos e sobre ironia (ironia aqui entendida como a multiplicidade de visões sobre um fato) não tem como seguir uma lógica cartesiana e, como previsto, Autochoque constrói a sua própria moralidade. A Ío organiza seus trabalhos de uma maneira em que forças antagônicas estejam sempre em conflito, próximas de desabarem. Nossos objetivos estéticos se dão nesta tensão improvável. Tão improvável quanto usar acidentes automobilísticos como tema de um musical ou usar um prédio como um instrumento sonoro.

Um Prédio como Instrumento Musical

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Dois outros vídeos sobre este mesmo trabalho de David Byrne 1 e 2

Meus Sonhos São Todos Violentos.

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Meus Sonhos são todos violentos, com animais cortados, jóias e máquinas grosseiras.
Still do vídeo "A influência de Francis Bacon..."

1. Sonhei que minha filha estava encostada no carro andando e rolou entre as rodas da frente, perguntei o nome dela pra ver se ela estava bem e ela disse o nome da minha irmã. O que significa?

2. Sonhei que estava em frente a uma praça cheia de lojas ao redor, e vários carros e um ônibus em movimento na rua, e na praça havia uma torre com várias motocicletas penduradas e um carro no topo. Este carro, que estava no topo, despencou lá de cima, e no intervalo desta queda eu falei com uma mulher pelo telefone e corri pra me esconder para não correr o risco de ser atingida.

3. Sonhei que uma pessoa foi atropelada e que seus órgãos saíram todos para fora, fiquei olhando meu marido juntando e empurrando com os pés tudo aquilo.


* Alguns sonhos alheios.

Autochoque da esquerda para a direita

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Jack Garcia, Munir Klamt, Laura Cattani e Tito Neumann. Foto da imponderável Lúcia Safi

Crooner

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Munir como Crooner. Foto, a incansável Safi, Lúcia.

É importante entender que, apesar de Laura e Munir estarem no palco, eles são artistas plásticos. Em Autochoque, valorizamos mais a parte de contextura, a união das idéias como uma construção estética, do que nossas performances individuais no palco. Dentro desta concepção, recebi o que considero o melhor elogio individual possível: fui chamado de Crooner* (by Camila Schenkel). Entendo que ser um Crooner, dentro da profusão gigantesca de referências musicais de Autochoque, é a materialização de um estilo anacrônico e maneiro de cantor, que faz uma falta terrível nos fugidios dias de hoje (Frank Sinatra e Nelson Gonçalves eram Crooners (embora saiba que eles não gostariam desta definição) e Tom Waits e Mike Patton o são).

*Crooner é um epíteto dado a um cantor masculino de um certo estilo de canções populares, apelidado de pop tradicional. Um Crooner é um cantor de baladas populares, que tem um estilo de cantar suave, ou grave, e levemente exagerado. O cantor é normalmente acompanhado por uma orquestra completa ou uma big band. Geralmente, Crooners cantam e disseminam as músicas populares estadunidenses.

Lógica da Ío

26 abril 2010 0 comentários

"Minha intenção é falar de corpos mudados para diferentes formas.
O firmamento e todas as coisas abaixo dele, a Terra e suas criaturas,
Tudo muda, e nós, parte da criação, também temos de sofrer mudança."
Ovídio
(ou Publius Ovidius Naso, como é de conhecimento geral, poeta romano do séc I antes de Cristo)
Foto de Laura Cattani.

No próximo final de semana ocorrerão as últimas apresentações (todas gratuitas) de Autochoque (vide quadro acima à direita).
Uma das características da Ío é a renovada fluidez e rearranjo. Lição aprendida do Barroco, em que tudo parece temporário em um mundo em constante mutação, que se desdobra ao infinito. Dito isto, a guisa de introdução, informamos que as últimas cinco apresentações de Autochoque, depois de encerradas, nunca mais serão repetidas. Assim como já aconteceu na segunda semana, o formato mudará, terá uma "versão do diretor” em que capítulos cortados nos ensaios retornarão e um conjunto de novas idéias será acrescido. Autochoque muda por uma questão clara - por que funcionou. Logo é hora de criar novas perspectivas, reinventar outras possibilidades para o trabalho. Esta é a peculiar lógica da Ío.

Cenário que poderia ter sido.

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Damián Ortega

Durante as discussões de como seria o cenário de Autochoque, com o incansável Paulo Mog nosso augusto cenógrafo, uma das maléficas referências que pululavam em nossos embates e que foram excluídos-expurgadas na construção final da maquete do cenário eram – Stephen Sous e Damian Ortega. Estas imagens ilustram o que poderia ter sido o cenário se fossemos um pouco mais cara-de-pau (coisa que ainda poderemos ser e então este post potencialmente se auto apagará).

Um de meus amigos.

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Foto da deformativa Lucia Safi no espetáculo, como é de conhecimento de todos, Autochoque.

Escolho os meus amigos pela sua boa apresentação, os meus conhecidos pelo seu carácter e os meus inimigos pela sua inteligência.Um homem não pode ser muito exigente na escolha dos seus inimigos.
Oscar Wilde

Um post idiota demais para ser feito.

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Não click aqui

Nós efetivamente amamos os russos. Os motivos são o que menos importa (de Tunguska a Kabakov).

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Agradecemos à equipe de demonstração do Lada por participar do vídeo de "Sem Título" da Ío.

Temos aqui o "videoclip" alternativo de uma música excluída do espetáculo Autochoque com o ilustrativo nome de "sem título". Direção e coreografia mecânica de Jack Garcia. Um lado B de single, diria-se antigamente, ou faixa extra da edição de luxo, diz-se hoje, neste capitalismo sempre renovado.

* Se você está se perguntando o que diabos é Tunguska, olhe aqui e aqui (em Inglês) e não nos pergunte sobre a relação disto com o raio da morte de Nikola Tesla.
Se você está se perguntando o que diabos é Ilya Kabakov, olhe aqui.

As estranhas propriedades temporais de um veículo automotor

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Máquina do tempo. Chevrolet Classic 2011?

Um dos grandes anseios humanos é a possibilidade de se deslocar no tempo. Presenciar enigmas da nossa história, averiguar obscuros atos, entender estranhas motivações, talvez se entregar a vaidades, como ver o rosto de Alexandre o Grande ou de Jesus. Aparentemente, esta possibilidade está disponível aos fabricantes de veículos automotores. Senão, por que apenas eles conseguem lançar em maio de 2010 um veículo de 2011?
Há duas alternativas para isto: a primeira seria que tudo não passa de uma sacadinha de marketing (no que eu prefiro não acreditar, pois seria excessivamente rasteiro). Ou, efetivamente, este carro veio do futuro, munido com o potencial de fluir livremente pelo tempo. Tipo um DeLorean
popular (claro que o popular aqui é relativo).



Não pense em um carro.

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Autochoque penúltima semana. (Foto, Lúcia Safi)

Campanha viral do Espetáculo Autochoque.

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Campanha viral da Ío cria polêmica em Tulsa (EUA). Artistas evitam declaração
sobre danos ao patrimônio privado e negam ação de Arte Guerrilha.

Por que uma frenagem bem sucedida acarretou a morte de mais de 100 milhões de pessoas.

25 abril 2010 0 comentários


Escultura de Maurizio Cattelan

Menos conhecido mas até mais potencialmente fatal do que o atentado de 1944* foi um acidente de trânsito no verão de 1930, mais de dois anos antes de Hiltler tomar o poder na Alemanha, quando o carro em que ele viajava bateu em um pesado caminhão-reboque. O caminhão freou a tempo de evitar passar por cima do carro de Hitler, que estava sentado no "banco da morte" (banco do carona) e esmagá-lo. A história da Segunda Guerra Mundial poderia ter sido bem diferente se o motorista do caminhão tivesse freado um segundo mais tarde.

Fonte: o recomendadíssimo "Armas, germes e aço" de Jared Diamond, pág. 420.

* O filme Valkyrie com Tom Cruise trata deste episódio .

Razões pelas quais a crise do petróleo de 1973 colocou o mundo em profunda recessão.

23 abril 2010 0 comentários


Sete causas consensuais

Ascensão

22 abril 2010 0 comentários


Laura Cattani no vídeo "9 na Escala de Mohs", de Munir Klamt, que integra o espetáculo AUTOCHOQUE.
Still por Lucia Safi. Pós-produção por Munir Klamt

Nova lei quase obsoleta.

1. Toda ascensão imaculada aos céus é inversamente proporcional à gravidade e à energia necessária para manter a terra girando em torno do sol.

Doppelgänger

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Eu e meu duplo. Photo Lucia Safi.

Autochoque é um espetáculo sobre um conjunto de eventos que formam uma narrativa não-linear sobre acidentes, perdas e assimilações. Mas também sobre duplos, sobre o que aconteceria se... Uma conjunção de múltiplas alternativas ocorrendo paralelamente. Um espectro de possibilidades que cerca qualquer acontecimento. A síndrome do e se eu tivesse.

Se eu tivesse ficado em casa.
Se eu tivesse ido mais devagar.
Se eu tivesse ido por outro caminho.
Etc.

Fetus in Fetus

15 abril 2010 0 comentários


Autochoque é Fetus in Fetus do Saída de Emergência.


Em 2005-06 a Ío fez um espetáculo chamado Saída de Emergência. O Autochoque é um Fetus in Fetus deste. Para aqueles que tem desinteresse por gestação Fetus in Fetus é uma condição extremamente rara em que o corpo de um irmão gêmeo é gestado dentro do outro. Muitas vezes esta condição não é nem ao menos perceptível; em outras, é. Autochoque é um deste gêmeos visíveis. Para ir um pouco mais longe clique aqui.

Denis Oppenheim

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Safety Cones de Denis Oppenheim

Denis Oppenheim é nome da Land Art histórica. No decorrer do tempo seus trabalhos abandonaram este nicho especifico e foram se deslocando para um certo humor bizarro, teatral e narrativo. Adoraria se esta fosse uma peça promocional de Autochoque.
Vá ao site do Senhor .

14 abril 2010 0 comentários


Uma das intenções do projeto Autochoque é falar sobre acidentes automobilísticos de uma forma estética, analítica e fria, o cerne sendo a consciência de que tragédias automobilísticas são um grave problema de nosso tempo, mas que no futuro serão consideradas uma das excentricidades da humanidade nos séculos XX e XXI - da mesma maneira que vemos os sanguinolentos rituais astecas, as cruzadas dos meninos de 1212 ou a crença no Mar Tenebroso como algo absurdo, beirando o incompreensível. Abaixo, exemplo cabal de estoicismo em relação aos costumes anacrônicos de seu tempo:


Musa do Autochoque

06 abril 2010 0 comentários

Grupo Ío apresenta:

AUTOCHOQUE, ou: Trilha Sonora para Acidentes

Deslocamentos, ondas de choque, vivências que deixam marcas: um ensaio sobre impactos.
Autochoque é a primeira fase de um projeto multidisciplinar dos artistas Laura Cattani & Munir Klamt, que faz uma reflexão musical e artística sobre o impacto dos automóveis na sociedade contemporânea e o universo de fatos, emoções e símbolos que os cercam, dos acidentes automobilísticos e seus infinitos desdobramentos. O grupo aborda estes aspectos através de sons e imagens, em um show instigante e perturbador.

Local:

Museu do Trabalho
Rua dos Andradas, 230 – Porto Alegre | RS

Datas: 
10/04 – Estréia. 20h, segunda sessão 21h10
11/04 – Sessão 20h
17/04 – Sessão 20h, segunda sessão 21h10
18/04 – Sessão 20h
24/04 – Sessão 20h, segunda sessão 21h10
25/04 – Sessão 20h
01/05 – Sessão 20h, segunda sessão 21h10
02/05 – Sessão 20h

Atenção: as sessões iniciarão pontualmente. Não será permitida a entrada após o fechamento dos portões. Não indicado para menores de 14 anos.

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Autochoque é um Espetáculo Multimídia do grupo Ío (Laura Cattani e Munir Klamt),
com a participação de Tito Neumann, Jack Garcia e Nando Barth.
Iluminação: Márcio Silveira dos Santos
Cenografia: grupo Ío e Paulo Mog
Contato imprensa:
imprensativa@gmail.com

Financiamento:

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Promoção:

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